sábado, 23 de fevereiro de 2008

Janeiro

Janeiro, o meu Janeiro de há dois anos para cá, tem sido dos meses com mais stress do ano! Aquele mês que a única coisa boa é mesmo a passagem de ano.
Este ano o meu Janeiro foi muito diferente, o stress deu lugar a um role de uma imensidão de emoções.
A passagem de ano, depois de marcações e desmarcações, mudanças de isto e de aquilo, resolvi passar com as minhas forevers e resolvi muito bem, que adorei. Obrigadas babes forevers!
Depois disto, o dia 7, o dia do regresso, estava para próximo… Aquele frio na barriga aumentava com a chegada do dia. Lisboa estava boa, tinha sol, amizades e sorrisos, mas a vontade de voltar a estar com os meus erasmus já era alguma.
Entre frios na barriga e ansiedades lá chegou o dia 7. Claro que me aconteceu umas das coisas mais improváveis, que acho que só a mim é que me acontecem, que foi encontrar um amigo erasmus espanhol no aeroporto de Madrid, que por acaso é mesmo meu amigo, o meu Juama! E o mais giro é que íamos apanhar o mesmo avião, há coisas realmente fantásticas!
Depois de uma grande dor de costa de põe mala, tira mala, táxi, comboio, autocarro… Chego a residência e aconteceu-me uma coisa mesmo muita boa! O elevador estava avariado! OH NÃO! Vá, sobe 6 andares com malas! E já estafada saco da chave, olho para a porta e tinha o seguinte papel: “You must get new keys on the reception.” Ai adorei! Conclusão, enfiei as malas para a casa de banho, na esperança de ninguém mexer, corri para a recepção, o que incluía subir e desces as escadas, claro, e lá fui trocar as chaves! Ai raius para os checos! Portanto, a minha chegada foi fantástica, como podem concluir.
Mas melhor, melhor é que tinha exames no dia seguinte, ao qual ainda não tinha estudado nada, mas enfim. Matei as saudades de todos, confesso que já tinha mesmo saudades e foi bom voltar a velos.
As duas semanas seguintes foram entrecaladas entre umas horinhas de estudo ali muito à pressão e muita festa, mas que já cheiravam a despedida. Essas festas, que no fundo, foram muito parecidas com o resto do semestre, mas não deixaram de ser tão ou mais especiais. A sensação de entrar num sítio, em que tantas vezes entrei e pensar assim: bolas, só cá venho mais uma ou duas vezes! Essa ideia é um bocado assustadora, confesso.
Janeiro foi sem dúvida o auge das sensações! Foi a altura em que aproveitei para conhecer melhor ainda quem se deu mais comigo durante o semestre. Foi a altura em que disse: adoro-te e guardar-te-ei para sempre! Porque erasmus é muito intenso e só quem faz erasmus é que percebe a intensidade destas relações.
Quanto as disciplinas, em 6 inscritas fiz 5, o que foi muito positivo, já que a única que não fiz foi SIG porque a parva da prof queria um exame teórico para responder tal e qual como no livro, por isso, olha curva! Mas sai de erasmus vitoriosa, com dois 20, um 18, um 14 e um 10 (este 10, valia um em Portugal!), mas enfim, erasmus é mesmo assim.
Ao final de duas semanas, decidimos que giro giro era ir a Budapest! E lá fomos nós, eu e a minhas miúdas em busca de uma boa aventura!
Uma aventura que adorámos! Budapest é uma típica cidade do Leste, parecida com Praga, parecida com Viena, mas ao mesmo tempo diferente. Alias, todas elas podem ser parecidas, mas são diferentes à sua maneira, se é que me entendem. Budapest é uma cidade silenciosa, limpa, calma e especialmente bonita!
Ficamos num hostel não muito dentro do normal, em que a entrada era um bocado assustadora o homem que lá vivia muito estranho, mas era confortável. Alias, quem nos dera a nos aquela casa em Pardubice!
A parte mais gloriosa da cidade é Buda, mas é de Peste que conseguimos ver a sua exuberância! Em Peste existe um castelo em que conseguimos ver Buda, que confesso que foi o que mais gostei de ver. Aquele magnifico parlamento, conhecido em todo o mundo, que comprovei ser mesmo magnífico! Para além disso a praça dos heróis também me transmitiu uma fantástica magia.
Quando cheguei a Pardubice tinha apenas uma semana pela frente, a minha última semana de erasmus! Mas ao contrário daquilo que estava a imaginar, a minha última semana esteve longe de ser uma semana calma. Comecei a reparar que as pessoas andavam muito stressadas umas com as outras, irritadas por tudo e por nada, tristes! E só passados alguns dias é que percebi que toda essa irritação não era mais que um sintoma de saudades e um não quer que tudo aquilo acabasse. Normalíssimo! Até eu, que aprecio muito a minha calma, comecei a ficar assim, era estranho! Saber que tudo aquilo iria acabar era realmente muito estranho!
Dia 28 tivemos a última festa de erasmus, que tenho a coragem para dizer que foi das melhores! Porque estávamos todos, porque o sentimento de nostalgia era vivido por todos. Enfim, há coisas que são realmente difíceis de exprimir.
O jantar de dia 29 foi terrível, com aquele mau ambiente provocado pela chegada do final. Mas a noite compensou e aí o mau ambiente transformou-se num choro colectivo, que me estava a dar uma grandíssima angustia! Mas para atenuar essa angústia, houve pessoas, as quais não quero dizer o nome, mas que são umas portuguesas de Lisboa, que resolveram que giro giro era entupir a casa de banho do Byby Baba! Ai mal criadas!;D
A imagem do dia 30, com milhões de malas na recepção, cheia de pessoas com cara de quem não está bem a acreditar no que vai acontecer, nunca mais me desaparecerá. A despedida foi igualmente agoniante, cheia de abraços, beijinhos e choros. A troca de palavras bonitas, naquele momento, fez daquela despedida, uma despedida perfeita. E muito dessa perfeição a ti te devo Vicente, gracias mi cariño!
A última noite, foi passada em Praga em que, como é óbvio, não preguei olho. Praga dia 31 cheirava a saudade, a muita saudade, olhava para as ruas e sabia que em todas elas deixava uma história.
Mas ao mesmo tempo, era tanta emoção junta que eu não conseguia classificar os meus sentimentos, era estranho, a minha cabeça andava a 100 à hora todo o tempo.
“Gostámos de te ver ir com esse enorme sorriso”, foram as palavras da Gui e da Radhika no aeroporto. E realmente é verdade, despedi-me com um enorme sorriso, adorei, adorei imenso esta experiência, foi sem dúvida a MINHA experiência!
Por fim, queria deixar um agradecimento muito especial às minhas amigas Gui e Radhika que foram elas uma das grandes razões para correr tudo tão bem. Obrigada minhas queridas, adoro-vos!

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