sábado, 23 de fevereiro de 2008

Erasmus é...

Erasmus é planear,
Erasmus é sonhar,
Mas erasmus é ter muito medo de ir,
Erasmus é ter saudades na porta de embarque,
Erasmus é angústia quando nos apercebemos que estamos sozinhos,
Erasmus é corpo na Republica Checa e alma em Portugal,
Erasmus é sentirmo-nos estranhos e achar que tudo está a correr mal,
Erasmus é achar tudo horrível à chegada,
Erasmus é não dormir a primeira noite com nojo dos lençóis
Erasmus é apanhar multas no autocarro,
Erasmus é sermos olhados como aliens,
Erasmus é ir ao supermercado 5 vezes por dia,
Erasmus é ir ao IKEA e comprar tudo do mais essencial possível,
Erasmus é ter dor de costas por carregar as compras durante horas,
Erasmus é um dia acordar e sentirmo-nos confortáveis,
Erasmus é entrar no espírito do dia para a noite,
Porque erasmus é assim, tudo muda com a maior das velocidades,
Erasmus é conhecer outras culturas,
É dizer bom dia, “Good Mornning”, “Dobry Den”, “Buenos dias” ou “tchau” num espaço de cinco minutos,
Erasmus são viagens, muitas viagens,
É apanhar o comboio as 5 da manhã para pagar menos uma noite,
Erasmus é experimentar a comida típica de cada país, ou seja, o MC,
Erasmus é admirar sítios que jamais esquecermos,
Erasmus é festa, é música, é diversão,
Erasmus é ter aulas 3 vezes por semana,
Erasmus é gritar em conjunto: “WE LOVE ERASMUS!”
Erasmus é aprender, aprender muito mais do que os professores tem para ensinar,
Erasmus é faltar as aulas só porque não encontramos a sala,
Erasmus é ter um iogurte e um pacote de leite no frigorifico,
Erasmus é haver dias demasiados tristes, é chorar de saudades quando se desliga o telefone,
Erasmus é crescer,
Erasmus é aprender as respeitar as diferenças,
Erasmus é a experiência mais intensa de sempre,
Erasmus é sentir quem a kilometros de distância está mais perto,
Erasmus é surpresa e desilusão,
Erasmus é passar a valorizar muito mais Portugal,
Erasmus é ter saudades da boa disposição portuguesa, da alegria, dos hábitos, da comida, ai a comida…
Erasmus é fartar de ouvir uma língua completamente desconhecida,
Erasmus são dias em que nos sentimos completamente inúteis,
Erasmus é acordar às 3, almoçar às 7 e jantar às 11,
Erasmus é sair 2ª, 5ª,6ª, sábado e domingo,
Erasmus é esgotar a paciência para sair,
Erasmus são meetings na reception das 5 as 7 em 10 línguas,
Erasmus são amizades, são muitos sentimentos,
Erasmus são amores e desamores,
Erasmus são desilusões e óptimas descobertas,
Erasmus é ouvir que vamos fazer falta,
Erasmus é fazer cadeiras com exelente ou chumbar, sem saber muito bem porque,
Erasmus era, sem dúvida, ser AQUELA experiência,
Erasmus é contar os dias para voltar, mas no fundo saber que queremos ficar!

Janeiro

Janeiro, o meu Janeiro de há dois anos para cá, tem sido dos meses com mais stress do ano! Aquele mês que a única coisa boa é mesmo a passagem de ano.
Este ano o meu Janeiro foi muito diferente, o stress deu lugar a um role de uma imensidão de emoções.
A passagem de ano, depois de marcações e desmarcações, mudanças de isto e de aquilo, resolvi passar com as minhas forevers e resolvi muito bem, que adorei. Obrigadas babes forevers!
Depois disto, o dia 7, o dia do regresso, estava para próximo… Aquele frio na barriga aumentava com a chegada do dia. Lisboa estava boa, tinha sol, amizades e sorrisos, mas a vontade de voltar a estar com os meus erasmus já era alguma.
Entre frios na barriga e ansiedades lá chegou o dia 7. Claro que me aconteceu umas das coisas mais improváveis, que acho que só a mim é que me acontecem, que foi encontrar um amigo erasmus espanhol no aeroporto de Madrid, que por acaso é mesmo meu amigo, o meu Juama! E o mais giro é que íamos apanhar o mesmo avião, há coisas realmente fantásticas!
Depois de uma grande dor de costa de põe mala, tira mala, táxi, comboio, autocarro… Chego a residência e aconteceu-me uma coisa mesmo muita boa! O elevador estava avariado! OH NÃO! Vá, sobe 6 andares com malas! E já estafada saco da chave, olho para a porta e tinha o seguinte papel: “You must get new keys on the reception.” Ai adorei! Conclusão, enfiei as malas para a casa de banho, na esperança de ninguém mexer, corri para a recepção, o que incluía subir e desces as escadas, claro, e lá fui trocar as chaves! Ai raius para os checos! Portanto, a minha chegada foi fantástica, como podem concluir.
Mas melhor, melhor é que tinha exames no dia seguinte, ao qual ainda não tinha estudado nada, mas enfim. Matei as saudades de todos, confesso que já tinha mesmo saudades e foi bom voltar a velos.
As duas semanas seguintes foram entrecaladas entre umas horinhas de estudo ali muito à pressão e muita festa, mas que já cheiravam a despedida. Essas festas, que no fundo, foram muito parecidas com o resto do semestre, mas não deixaram de ser tão ou mais especiais. A sensação de entrar num sítio, em que tantas vezes entrei e pensar assim: bolas, só cá venho mais uma ou duas vezes! Essa ideia é um bocado assustadora, confesso.
Janeiro foi sem dúvida o auge das sensações! Foi a altura em que aproveitei para conhecer melhor ainda quem se deu mais comigo durante o semestre. Foi a altura em que disse: adoro-te e guardar-te-ei para sempre! Porque erasmus é muito intenso e só quem faz erasmus é que percebe a intensidade destas relações.
Quanto as disciplinas, em 6 inscritas fiz 5, o que foi muito positivo, já que a única que não fiz foi SIG porque a parva da prof queria um exame teórico para responder tal e qual como no livro, por isso, olha curva! Mas sai de erasmus vitoriosa, com dois 20, um 18, um 14 e um 10 (este 10, valia um em Portugal!), mas enfim, erasmus é mesmo assim.
Ao final de duas semanas, decidimos que giro giro era ir a Budapest! E lá fomos nós, eu e a minhas miúdas em busca de uma boa aventura!
Uma aventura que adorámos! Budapest é uma típica cidade do Leste, parecida com Praga, parecida com Viena, mas ao mesmo tempo diferente. Alias, todas elas podem ser parecidas, mas são diferentes à sua maneira, se é que me entendem. Budapest é uma cidade silenciosa, limpa, calma e especialmente bonita!
Ficamos num hostel não muito dentro do normal, em que a entrada era um bocado assustadora o homem que lá vivia muito estranho, mas era confortável. Alias, quem nos dera a nos aquela casa em Pardubice!
A parte mais gloriosa da cidade é Buda, mas é de Peste que conseguimos ver a sua exuberância! Em Peste existe um castelo em que conseguimos ver Buda, que confesso que foi o que mais gostei de ver. Aquele magnifico parlamento, conhecido em todo o mundo, que comprovei ser mesmo magnífico! Para além disso a praça dos heróis também me transmitiu uma fantástica magia.
Quando cheguei a Pardubice tinha apenas uma semana pela frente, a minha última semana de erasmus! Mas ao contrário daquilo que estava a imaginar, a minha última semana esteve longe de ser uma semana calma. Comecei a reparar que as pessoas andavam muito stressadas umas com as outras, irritadas por tudo e por nada, tristes! E só passados alguns dias é que percebi que toda essa irritação não era mais que um sintoma de saudades e um não quer que tudo aquilo acabasse. Normalíssimo! Até eu, que aprecio muito a minha calma, comecei a ficar assim, era estranho! Saber que tudo aquilo iria acabar era realmente muito estranho!
Dia 28 tivemos a última festa de erasmus, que tenho a coragem para dizer que foi das melhores! Porque estávamos todos, porque o sentimento de nostalgia era vivido por todos. Enfim, há coisas que são realmente difíceis de exprimir.
O jantar de dia 29 foi terrível, com aquele mau ambiente provocado pela chegada do final. Mas a noite compensou e aí o mau ambiente transformou-se num choro colectivo, que me estava a dar uma grandíssima angustia! Mas para atenuar essa angústia, houve pessoas, as quais não quero dizer o nome, mas que são umas portuguesas de Lisboa, que resolveram que giro giro era entupir a casa de banho do Byby Baba! Ai mal criadas!;D
A imagem do dia 30, com milhões de malas na recepção, cheia de pessoas com cara de quem não está bem a acreditar no que vai acontecer, nunca mais me desaparecerá. A despedida foi igualmente agoniante, cheia de abraços, beijinhos e choros. A troca de palavras bonitas, naquele momento, fez daquela despedida, uma despedida perfeita. E muito dessa perfeição a ti te devo Vicente, gracias mi cariño!
A última noite, foi passada em Praga em que, como é óbvio, não preguei olho. Praga dia 31 cheirava a saudade, a muita saudade, olhava para as ruas e sabia que em todas elas deixava uma história.
Mas ao mesmo tempo, era tanta emoção junta que eu não conseguia classificar os meus sentimentos, era estranho, a minha cabeça andava a 100 à hora todo o tempo.
“Gostámos de te ver ir com esse enorme sorriso”, foram as palavras da Gui e da Radhika no aeroporto. E realmente é verdade, despedi-me com um enorme sorriso, adorei, adorei imenso esta experiência, foi sem dúvida a MINHA experiência!
Por fim, queria deixar um agradecimento muito especial às minhas amigas Gui e Radhika que foram elas uma das grandes razões para correr tudo tão bem. Obrigada minhas queridas, adoro-vos!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Praga - Lisboa

Devo um pedido de desculpa a todos aqueles que acompanhavam com interesse este blog, mas que deixei de o actualizar.
Acho que foi uma mistura de falta de inspiração com falta de tempo, mas principalmente foi-me difícil exprimir a confusão de sentimentos que tão rapidamente se modificavam.
Porque esta história de Erasmus é muito, muito, muito gira e volto a repetir que toda a gente, se tivesse oportunidade, deveria fazer, mas nem sempre é um mar de rosas.
E portanto, passar 3 meses numa residência com hábitos já criados e de repente cair de pára-quedas em Lisboa, confesso que faz uma certa confusão.
Ainda antes disso, gostava de vós contar a história do dia em quem a minha família chegou a Praga, é porque agora tem o seu “que” de piada, mas juro que naquela altura não teve assim tanta.
Portanto, a minha mãe chegava a Praga às 14 e eu e a Gui resolvemos apanhar o comboio do meio-dia, assim estávamos em Praga por volta da uma e dava perfeitamente para lhes fazer uma surpresa à porta do hotel.
Mas, esquecemo-nos de um pormenor MUITO importante, é que estamos na Checa e na Checa as coisas nem sempre são assim tão lineares! Pois então, aconteceu-me o seguinte problema, para além de ter acordado super ansiosa e ter de carregar 2 malas super mega pesadas (tão pesadas ao ponto de ter dores durante dois dias) o raio do comboio avariou e só demorou 3 horas e meia e chegar a Praga, SÓ!
Eu e a Gui dentro daquelas cabines de 6 lugares (que são muitas giras nos filmes, mas que na Checa nem por isso), estávamos a entrar em desespero completo! Andávamos de um lado para o outro, dormíamos, falávamos, ouvíamos música, tudo e tudo e tudo, mas o comboio não chegava nem por nada. Juro que foi a viagem mais desesperante de sempre! E entretanto o tempo passava e a minha mãe chegou ao hotel antes de mim, óbvio!
Depois de sairmos daquela TRAMPA daquele comboio, passámos mais um momento muito engraçado, transportando as mil malas a subir e a descer passeios, passeios em obras e ao mesmo tempo com o mapa na mão à procura do hotel! Giro, não é?
E foi ai que o meu coração explodiu de ansiedade e entrei para o pokoj (quarto em checo, hum aprendi muita coisa) 212. Reencontrar, ao fim de 3 meses, quem estamos habituados a ver todos os dias, é no mínimo emocionante. Posso dizer que é um reconforto para a alma.
Os dias que passámos em Praga foram óptimos, principalmente porque senti que a minha mãe, o meu irmão e uns amigos que também foram, estavam a adorar a cidade. Já para não falar no conforto no hotel, um luxo gigante para mim, como podem imaginar!
Mas, apesar de estar a adorar mostrar a fantástica cidade de Praga, confesso que as saudades de Portugal estavam cada vez mais a apertar! Portanto, o dia 17 de Dezembro foi sem dúvida um bom dia. E claro, como é normal em mim, teve de haver uma engraçada situação durante a minha viagem, então não é que durante a minha escala em Milão encontrei uma pessoa que andou comigo na escola e que também estava de regresso a Portugal do seu Erasmus. Há coincidências fantásticas!
Na porta de embarque de Milão, começo a ver logo mil portugueses (sim, porque os portugueses distinguissem-se ao longe), inclusive um grupo de rapazes com aquela típica conversa: “Oh Puto, dá ai um euro! Oh Puto…” ai, por momentos fiquei logo farta de ouvir falar aquele português!
Mas, o melhor foi mesmo chegar ao meu país, ver os meus amigos, sentir aquele conforto, aquele calor, a nossa língua… e chegar à conclusão que depois de ter visitado sítios estupendos, Portugal é o melhor país do mundo!
Mas houve uma sensação muito estranha, é que entrei no carro, sai do aeroporto e pensei: mas que estranho, parece que estive um dia fora de Lisboa!
E realmente pareceu mesmo, porque nada especial mudou, porque Lisboa encontrava-se igual, as pessoas iguais, a minha casa igual (se bem que senti que passei a viver no maior dos luxos), tudo muito igual, acho que quem mudou em Lisboa fui mesmo eu.
Em Erasmus crescemos, em Erasmus aprendemos, com Erasmus vimos pessoas diferentes.
A minha estadia em Lisboa foi óptima, consegui ver quase toda a gente que queria, senti muitas pessoas muito próximas, talvez mais próximas do que nunca. É óptimo sentir isto, porque quando estamos longe pensámos que as pessoas se vão esquecer de alguma forma de nós.
Mas havia uma coisa que me incomodava imenso quando me perguntavam: “Então? E agora, queres voltar para lá?”. Realmente não conseguia responder a isso, por vezes a minha garganta secava… era óbvio que queria voltar a ver as pessoas de lá, mas sair do meu conforto, da minha família e dos meus amigos, era no mínimo incómodo.
Mas valeu a muita a pena vir descansar por uns tempos à minha Lisboa!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Prosim, que tenho que elogiar a checa!

Prosim, prosim, é a palavra que mais oiço em checo desde de que cá estou… E perguntam-me então que raio será isso… Pois é, não tem tradução, mas serve para tudo… As vezes, para um se faz favor, outra vezes, o que deseja, ou, com licença, ou, também um de nada… E mais coisas que ainda não percebi.
Então prosim que tenho de falar da forma como os checos tratam dos seus cães. Eu como apaixonada por eles, é importante!
É espantoso como desde de que cá cheguei não vi UM cão abandonado na rua! Estranho não é? Pois é, mas temos de lhes tirar o chapéu neste sentido!
A explicação para tal acontecimento, julgo eu, ser porque os animais podem entrar em TODO o lado com os seus donos! Em nenhum restaurante, café, bar, transporte, loja etc. tem aquele símbolo irritante de proibido a entrada à animais!
E lá os vejo imensas vezes, ali sossegados, sentadinhos ao pé dos seus donos com a maior paz do mundo.
Pois é, meu querido país, porque é que isto não se passa por ai? Aqui não há problemas de cocos, xixis nem cheiros dentro dos sítios, porque é que ai tem de haver?
Outra coisa que reparei e agora já percebi o porque, é que quando chamo algum cão, são poucos os que querem vir na minha direcção receber festas. Porque será? Porque se calhar, como estão sempre como os seus donos, não querem saber de festas de terceiros, já tem quem os proteja e os mime suficientemente.
Coisa que não acontece em Portugal, devido às longas horas que eles passam sozinhos ou sem saírem como os donos, sem ser o básico gesto de irem à rua.
Era sobre isso que gostava que reflectissem… Se gostam realmente dos vossos animais, façam-nos sentir bem! Sintam necessidade de estar, sempre que poderem, com quem tem uma enorme admiração por vocês.
E enquanto vou pensado nestas coisas, vou tendo cada vez mais saudades da minha cadelinha…. Que segunda a minha mãe, levantasse do sitio sempre que ouve: “é a mana!”, fantástico, querem melhor coisa que isto?

Dia de Portugal

Dado o avantajado número de portugueses aqui na Checa, coube-nos ser responsáveis por representar por uma noite o nosso país! O nosso país, que essa noite era a única continental, mas nunca escondi que tenho o maior orgulho e adoro as nossas ilhas, não é Açori? ;P
Durante a tarde, vá sejamos francos, como bons portugueses deixamos as coisas para o final da tarde, teve de ser. Andamos a preparar uns petiscos como só nós sabemos fazer. Ai, que saudades senti… Assar o chouriço foi a melhor coisa que me podia deixar fazer, aquele cheirinho, sim porque aqui na checa somos sempre recambiados a salsichas alemãs e já não posso!
Sim, mas não fiz só isso, não pensem que ando aqui a brincar, esta bem? ;P Mesmo não tento a certeza que seja uma receita típica portuguesa, fiz um salame de chocolate, que por acaso recebeu imensos elogios, mesmo quando na checa não há bolachas Maria!
Com tudo isto já estão a ver que aqui não é nada fácil, a matéria-prima é reduzida. Mas, mesmo assim, penso que conseguimos um óptimo resultado, pelo menos fomos bastante elogiados.
Tudo estava de acordo com as nossas cores, os pratos, os copos, os balões e o mais giro, toda a gente troce vestida uma peça de roupa ou verde ou vermelha, o que tornou as coisas ainda mais familiares. Eu que confesso nunca gostei da nossa bandeira, naquela noite, acho que foi naquela noite que passei a gostar, por isso andei a exibir a gigante bandeira da “amiga” como o maior orgulho de sempre!
Os restantes pratos tiveram aos mãos dos meus amigos madeirenses, muitas coisas típicas, algumas importadas, como as broas, outras como as rabanadas e os sonhos feitos cá. Quanto às bebidas, tínhamos a famosa sangria, que mesmo quando os estrangeiros não consigam dizer bem o nome, adoram e bebidas madeirenses como a pocha e o vinho.
Tudo isto acompanhado sempre da nossa belíssima musica portuguesa e quem me conhece, sabe o quanto adoro e sim é verdade passei o tempo aos pulos a cantar :D
E para tornar tudo ainda mais perfeito, tínhamos uma apresentação com imagens do melhor que Portugal tem para oferecer!
Ou seja, comida portuguesa, música portuguesa, cores portuguesas por todo o lado e umas fantásticas imagens de Portugal, senti-me realmente em casa, senti-me mesmo bem e principalmente senti que os outros erasmus estavam a gostar do que estávamos a oferecer. Portugal no seu melhor portanto! Por isso, temos muitas razões para ter orgulho no nosso país, é que há certas coisas que somos realmente bons, os melhores mesmo! Não precisamos de ter o rei na barriga como os nossos amigos Italianos, mas precisamos de acreditar mais em nós.

View I love you

A mochila de uma noite foi trocada pela grande. “São só duas noites e não vais utilizar tudo”, foi o que ouvi várias vezes durante a viagem. As viagens que eu tanto adoro, ao contrário da maioria das pessoas e nunca percebi porque gosto tanto, mas andar de comboio a ouvir a minha música sinto-me bem, sei lá eu.
Ao sair do comboio, a primeira sensação que tive foi que a estação se assemelhava a um aeroporto, se calhar não tem nada a ver, mas para quem já se habitou as coisas da Checa…
O grupo do meu primeiro dia era constituído só por estrangeiros, o que admito, ao final do dia tinha saudades de falar português!
Comecei a gostar logo daquela cidade a partir do momento que apanhámos um tramp que publicitava o turismo de Portugal, imaginem só a minha alegria, em plena cidade vienense ver imagens da minha Lisboa e do meu Algarve, foi fantástico!
Ainda que não tivesse no centro, não deixei de apreciar toda a fantástica arquitectura de toda a cidade. Uma arquitectura grandiosa, com uma beleza muito especial.
Depois de deixar a pesada bagagem no nosso hostel, longe como tudo, dirigimo-nos para o centro.
Fantástico, fantástico, fantástico, adorei cada pormenor, cada edifício! Mais uma vez apreciei a sua grandeza, a impecável limpeza das ruas, a classe das pessoas que passavam por mim, ou contrário dos checos, o que é compreensível, não posso comparar dois países que a única coisa que os une é apenas a fronteira.
De tudo isto só assinalo um ponto negativo, é que começou a chover ao ponto de ser tornar insuportável estar na rua! Um frio que por mais bonita que a cidade fosse e por mais que eu quisesse apreciar, foi-me impossível.
Bom, não foi o único, Viena é uma cidade mais cara que alguma vez visitei e duvido que tenha de voltar a pagar 3,5 por um simples café. Mas enfim, o que podemos fazer quando em Portugal se ganha 3 vezes menos?!
O frio obrigou-nos a voltar para o hostel ás 7 da tarde. E ao contrário de alguns resistentes aproveitei para recarregar forças para o dia seguinte.
Os 13€ do hostel, ainda davam direito a um pequeno-almoço, não o melhor, mas digamos que um agradável pequeno-almoço, ai é bom ser estudante!
Depois do meu pequeno-almoço já tinha os meus amigos madeirences, para ir mais um dia à descoberta!
Resolvi guia-los ao centro, sim já estava lá há um dia já era uma perfeita guia ;P e foi ai que nos deparamos com o mesmo frio do dia anterior, ou seja, impossível! Foi aí que resolvemos metermo-nos em trams e visualizar a cidade dentro do quentinho.
Ao sair do tram fugimos novamente para algo fechado e foi ai que descobrimos um museu. Um edifício enorme, que quase ia jurar que era usado para algo relacionado com a justiça, mas não, em Viena é habitual ser tudo assim, sempre grandioso.
Então o museu continha dois ENORMES andares sobre animais, em que no primeiro podíamos ver os seus ossos e no segundo os mesmos animais embalsamados. Fantástico, realmente muito bem feito.
Ao sairmos não havia alternativa se não hostel. E mais uma vez decidi ficar mesmo no quentinho, porque se durante o dia é impossível, imaginem à noite!
Ao pequeno-almoço reparamos que começava a nevar. O que para nós é uma raridade e que achamos tanta piada! E passado 2 horas está tudo, tudo branco! Tão giro!
Saímos, como crianças de 10 anos e jogamos neve uns para os outros infinitas vezes! Achamos um piadão aos primeiros passos na neve, mas logo reparamos nos nossos pés encharcados! Dai ter de pedir as galochas à Pita, percebes Açori? ;D
Fomos então conhecer o famoso palácio de Shoenbrunn e mais uma vez Viena encantou-me. Revivemos por uma hora a vida de rainha Fifi, num super palácio imperial, riquíssimo, o mais bonito que já vi e que duvido existir melhor. Logo eu, que não sou a melhor apreciadora dos interiores clássicos.
Voltando a realidade, voltamos para o centro em busca o único sítio que nos é acessível, o incrível Mc’Dolnads, que consta, ente nós, que é diferente dos outros ;P
Após os meus pés serem outros, viajamos novamente rumo ao nosso destino, portanto, a Checa.
So, of course, I love you View!

Coisas vulgares

“A vida tão simples é boa”, a velha e simples vida de sempre é muito boa. E por vezes, só conseguimos concluir isso quando mudamos a nossa rotina. Eu mudei em muito a minha rotinha, aqui faço tudo de modo diferente de Lisboa e tudo à minha volta é igualmente muito diferente.
Aqui sinto que as mais pequenas coisas me fazem falta, a minha rotina faz-me falta. O sentar-me no sofá e ver televisão. O ir passear a minha cadela. Receber um sorriso na rua de alguém conhecido. Ir ao supermercado e saber onde esta tudo e perceber o que esta escrito nas embalagens. Os passeios de domingo com a minha família, nomeadamente ir comer um pastel de Belém ou ir almoçar à Portugália ou à praia. O sol de Lisboa. A comida, toda a comida de Portugal, até aquelas coisas que não ligo muito, mas principalmente a casa dá minha avó, faz-me muita falta. As conversas nocturnas de família. Os meus amigos, aqueles que me conhecem muito bem e sei que gostam verdadeiramente de mim. As tardes sentadas em cafés. Os jantares em casa. O pão de alho e as pizzas de São Pedro com a Sara. Os sorrisos e as travessuras dos meus irmãos. As discussões è Zé Maria. As festas Roda Viva ao fim-de-semana e chegar a casa exausta. A minha faculdade, os meus amigos da faculdade, o entrar e cumprimentar toda a gente, os sorrisos de contentamento por saber que estamos juntos mais um dia, os jantares do ISEGI, os almoços, as praxes, as tardes de AE, o café cheio e com canela da Mónica, o bolo de Chocolate da Irene ou o mau humor de economia mas que sai mais económico. As saídas à noite, o baixo alto, a ginjinha. Uma noite de tunas. Os concertos que gosto de ir… Enfim, um sem número de coisas, que me fazem realmente falta e longe as valorizo como nunca as valorizei!
E como isto anda sempre ao contrário, que quando temos o cabelo liso queremos ondulado, e quando temos loiro, queremos moreno e etc. Sei que quando voltar para Lisboa vou sentir imensa falta de muitas das coisas que aqui vivo. Assim como tenho a certeza, que irei ter uma lista do mesmo tamanho que esta para as enumerar. Mas, por enquanto vou contado as 3 semanas que me faltam para regressar a Lisboa.
Erasmus, é isto mesmo, em erasmus há dias assim…