quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Prosim, que tenho que elogiar a checa!

Prosim, prosim, é a palavra que mais oiço em checo desde de que cá estou… E perguntam-me então que raio será isso… Pois é, não tem tradução, mas serve para tudo… As vezes, para um se faz favor, outra vezes, o que deseja, ou, com licença, ou, também um de nada… E mais coisas que ainda não percebi.
Então prosim que tenho de falar da forma como os checos tratam dos seus cães. Eu como apaixonada por eles, é importante!
É espantoso como desde de que cá cheguei não vi UM cão abandonado na rua! Estranho não é? Pois é, mas temos de lhes tirar o chapéu neste sentido!
A explicação para tal acontecimento, julgo eu, ser porque os animais podem entrar em TODO o lado com os seus donos! Em nenhum restaurante, café, bar, transporte, loja etc. tem aquele símbolo irritante de proibido a entrada à animais!
E lá os vejo imensas vezes, ali sossegados, sentadinhos ao pé dos seus donos com a maior paz do mundo.
Pois é, meu querido país, porque é que isto não se passa por ai? Aqui não há problemas de cocos, xixis nem cheiros dentro dos sítios, porque é que ai tem de haver?
Outra coisa que reparei e agora já percebi o porque, é que quando chamo algum cão, são poucos os que querem vir na minha direcção receber festas. Porque será? Porque se calhar, como estão sempre como os seus donos, não querem saber de festas de terceiros, já tem quem os proteja e os mime suficientemente.
Coisa que não acontece em Portugal, devido às longas horas que eles passam sozinhos ou sem saírem como os donos, sem ser o básico gesto de irem à rua.
Era sobre isso que gostava que reflectissem… Se gostam realmente dos vossos animais, façam-nos sentir bem! Sintam necessidade de estar, sempre que poderem, com quem tem uma enorme admiração por vocês.
E enquanto vou pensado nestas coisas, vou tendo cada vez mais saudades da minha cadelinha…. Que segunda a minha mãe, levantasse do sitio sempre que ouve: “é a mana!”, fantástico, querem melhor coisa que isto?

Dia de Portugal

Dado o avantajado número de portugueses aqui na Checa, coube-nos ser responsáveis por representar por uma noite o nosso país! O nosso país, que essa noite era a única continental, mas nunca escondi que tenho o maior orgulho e adoro as nossas ilhas, não é Açori? ;P
Durante a tarde, vá sejamos francos, como bons portugueses deixamos as coisas para o final da tarde, teve de ser. Andamos a preparar uns petiscos como só nós sabemos fazer. Ai, que saudades senti… Assar o chouriço foi a melhor coisa que me podia deixar fazer, aquele cheirinho, sim porque aqui na checa somos sempre recambiados a salsichas alemãs e já não posso!
Sim, mas não fiz só isso, não pensem que ando aqui a brincar, esta bem? ;P Mesmo não tento a certeza que seja uma receita típica portuguesa, fiz um salame de chocolate, que por acaso recebeu imensos elogios, mesmo quando na checa não há bolachas Maria!
Com tudo isto já estão a ver que aqui não é nada fácil, a matéria-prima é reduzida. Mas, mesmo assim, penso que conseguimos um óptimo resultado, pelo menos fomos bastante elogiados.
Tudo estava de acordo com as nossas cores, os pratos, os copos, os balões e o mais giro, toda a gente troce vestida uma peça de roupa ou verde ou vermelha, o que tornou as coisas ainda mais familiares. Eu que confesso nunca gostei da nossa bandeira, naquela noite, acho que foi naquela noite que passei a gostar, por isso andei a exibir a gigante bandeira da “amiga” como o maior orgulho de sempre!
Os restantes pratos tiveram aos mãos dos meus amigos madeirenses, muitas coisas típicas, algumas importadas, como as broas, outras como as rabanadas e os sonhos feitos cá. Quanto às bebidas, tínhamos a famosa sangria, que mesmo quando os estrangeiros não consigam dizer bem o nome, adoram e bebidas madeirenses como a pocha e o vinho.
Tudo isto acompanhado sempre da nossa belíssima musica portuguesa e quem me conhece, sabe o quanto adoro e sim é verdade passei o tempo aos pulos a cantar :D
E para tornar tudo ainda mais perfeito, tínhamos uma apresentação com imagens do melhor que Portugal tem para oferecer!
Ou seja, comida portuguesa, música portuguesa, cores portuguesas por todo o lado e umas fantásticas imagens de Portugal, senti-me realmente em casa, senti-me mesmo bem e principalmente senti que os outros erasmus estavam a gostar do que estávamos a oferecer. Portugal no seu melhor portanto! Por isso, temos muitas razões para ter orgulho no nosso país, é que há certas coisas que somos realmente bons, os melhores mesmo! Não precisamos de ter o rei na barriga como os nossos amigos Italianos, mas precisamos de acreditar mais em nós.

View I love you

A mochila de uma noite foi trocada pela grande. “São só duas noites e não vais utilizar tudo”, foi o que ouvi várias vezes durante a viagem. As viagens que eu tanto adoro, ao contrário da maioria das pessoas e nunca percebi porque gosto tanto, mas andar de comboio a ouvir a minha música sinto-me bem, sei lá eu.
Ao sair do comboio, a primeira sensação que tive foi que a estação se assemelhava a um aeroporto, se calhar não tem nada a ver, mas para quem já se habitou as coisas da Checa…
O grupo do meu primeiro dia era constituído só por estrangeiros, o que admito, ao final do dia tinha saudades de falar português!
Comecei a gostar logo daquela cidade a partir do momento que apanhámos um tramp que publicitava o turismo de Portugal, imaginem só a minha alegria, em plena cidade vienense ver imagens da minha Lisboa e do meu Algarve, foi fantástico!
Ainda que não tivesse no centro, não deixei de apreciar toda a fantástica arquitectura de toda a cidade. Uma arquitectura grandiosa, com uma beleza muito especial.
Depois de deixar a pesada bagagem no nosso hostel, longe como tudo, dirigimo-nos para o centro.
Fantástico, fantástico, fantástico, adorei cada pormenor, cada edifício! Mais uma vez apreciei a sua grandeza, a impecável limpeza das ruas, a classe das pessoas que passavam por mim, ou contrário dos checos, o que é compreensível, não posso comparar dois países que a única coisa que os une é apenas a fronteira.
De tudo isto só assinalo um ponto negativo, é que começou a chover ao ponto de ser tornar insuportável estar na rua! Um frio que por mais bonita que a cidade fosse e por mais que eu quisesse apreciar, foi-me impossível.
Bom, não foi o único, Viena é uma cidade mais cara que alguma vez visitei e duvido que tenha de voltar a pagar 3,5 por um simples café. Mas enfim, o que podemos fazer quando em Portugal se ganha 3 vezes menos?!
O frio obrigou-nos a voltar para o hostel ás 7 da tarde. E ao contrário de alguns resistentes aproveitei para recarregar forças para o dia seguinte.
Os 13€ do hostel, ainda davam direito a um pequeno-almoço, não o melhor, mas digamos que um agradável pequeno-almoço, ai é bom ser estudante!
Depois do meu pequeno-almoço já tinha os meus amigos madeirences, para ir mais um dia à descoberta!
Resolvi guia-los ao centro, sim já estava lá há um dia já era uma perfeita guia ;P e foi ai que nos deparamos com o mesmo frio do dia anterior, ou seja, impossível! Foi aí que resolvemos metermo-nos em trams e visualizar a cidade dentro do quentinho.
Ao sair do tram fugimos novamente para algo fechado e foi ai que descobrimos um museu. Um edifício enorme, que quase ia jurar que era usado para algo relacionado com a justiça, mas não, em Viena é habitual ser tudo assim, sempre grandioso.
Então o museu continha dois ENORMES andares sobre animais, em que no primeiro podíamos ver os seus ossos e no segundo os mesmos animais embalsamados. Fantástico, realmente muito bem feito.
Ao sairmos não havia alternativa se não hostel. E mais uma vez decidi ficar mesmo no quentinho, porque se durante o dia é impossível, imaginem à noite!
Ao pequeno-almoço reparamos que começava a nevar. O que para nós é uma raridade e que achamos tanta piada! E passado 2 horas está tudo, tudo branco! Tão giro!
Saímos, como crianças de 10 anos e jogamos neve uns para os outros infinitas vezes! Achamos um piadão aos primeiros passos na neve, mas logo reparamos nos nossos pés encharcados! Dai ter de pedir as galochas à Pita, percebes Açori? ;D
Fomos então conhecer o famoso palácio de Shoenbrunn e mais uma vez Viena encantou-me. Revivemos por uma hora a vida de rainha Fifi, num super palácio imperial, riquíssimo, o mais bonito que já vi e que duvido existir melhor. Logo eu, que não sou a melhor apreciadora dos interiores clássicos.
Voltando a realidade, voltamos para o centro em busca o único sítio que nos é acessível, o incrível Mc’Dolnads, que consta, ente nós, que é diferente dos outros ;P
Após os meus pés serem outros, viajamos novamente rumo ao nosso destino, portanto, a Checa.
So, of course, I love you View!

Coisas vulgares

“A vida tão simples é boa”, a velha e simples vida de sempre é muito boa. E por vezes, só conseguimos concluir isso quando mudamos a nossa rotina. Eu mudei em muito a minha rotinha, aqui faço tudo de modo diferente de Lisboa e tudo à minha volta é igualmente muito diferente.
Aqui sinto que as mais pequenas coisas me fazem falta, a minha rotina faz-me falta. O sentar-me no sofá e ver televisão. O ir passear a minha cadela. Receber um sorriso na rua de alguém conhecido. Ir ao supermercado e saber onde esta tudo e perceber o que esta escrito nas embalagens. Os passeios de domingo com a minha família, nomeadamente ir comer um pastel de Belém ou ir almoçar à Portugália ou à praia. O sol de Lisboa. A comida, toda a comida de Portugal, até aquelas coisas que não ligo muito, mas principalmente a casa dá minha avó, faz-me muita falta. As conversas nocturnas de família. Os meus amigos, aqueles que me conhecem muito bem e sei que gostam verdadeiramente de mim. As tardes sentadas em cafés. Os jantares em casa. O pão de alho e as pizzas de São Pedro com a Sara. Os sorrisos e as travessuras dos meus irmãos. As discussões è Zé Maria. As festas Roda Viva ao fim-de-semana e chegar a casa exausta. A minha faculdade, os meus amigos da faculdade, o entrar e cumprimentar toda a gente, os sorrisos de contentamento por saber que estamos juntos mais um dia, os jantares do ISEGI, os almoços, as praxes, as tardes de AE, o café cheio e com canela da Mónica, o bolo de Chocolate da Irene ou o mau humor de economia mas que sai mais económico. As saídas à noite, o baixo alto, a ginjinha. Uma noite de tunas. Os concertos que gosto de ir… Enfim, um sem número de coisas, que me fazem realmente falta e longe as valorizo como nunca as valorizei!
E como isto anda sempre ao contrário, que quando temos o cabelo liso queremos ondulado, e quando temos loiro, queremos moreno e etc. Sei que quando voltar para Lisboa vou sentir imensa falta de muitas das coisas que aqui vivo. Assim como tenho a certeza, que irei ter uma lista do mesmo tamanho que esta para as enumerar. Mas, por enquanto vou contado as 3 semanas que me faltam para regressar a Lisboa.
Erasmus, é isto mesmo, em erasmus há dias assim…

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Eslovaquia- Bratislavia

O principal objectivo erasmico, para além de vir aprender, é conhecer novas pessoas e visitar novos lugares. E foi assim que parti a aventura de uma cidade que para ser sincera pouco tinha ouvido falar. Aprendi numa qualquer aula que um antigo país da Europa do Leste, a Checoslováquia, foi dividida em dois novos países, a Republica Checa e a Eslováquia. E isto para dizer, que fez-me uma certa espécie como é que dois países que antigamente eram um só, são tão diferentes!
Notei imensa diferenças, as pessoas que são muito mais amistosas, as ruas que transmitem imensa calma, a óptima comida, resumindo tudo perfeito, ao contrário do que muitas vezes aqui se passa.
O nosso grupo foi constituído por nove portugueses, dois espanhóis, um polaco, um grego e uma lituânia. Ou seja, predominava em grandes maioria a língua portuguesa e os nossos hábitos, por sinal bem diferentes das pessoas oriundas de outros lugares. Nós portugueses queremos aproveitar tudo de maneira diferente, queremos viver tudo com muito mais intensidade, reparar em todos os pormenores, já o grego por exemplo queria ver tudo tudo tudo muito rápido, ou seja, no fundo não via grande coisa.
Mas enfim, fora esses pormenores que são normais, demo-nos super bem e divertimo-nos imenso. E como bons estudantes e bons economizadores decidimos que se apanhássemos o comboio das 6 da manhã as 9 estávamos lá e aproveitamos dois dias só tendo de ficar hospedados uma noite, ser estudante é ser inteligente ;)
Quando reservamos o hostel na Internet estava com muito medo de ser uma coisa horrível, em que me fosse sentir realmente mal, sim porque por 13€ por noite não se pode exigir muito! Mas enganei-me, o hostel era muito bom, super limpinho e super confortável, o que é muito bom para quem esta numa residência universitária sem grandes luxos.
No nosso Blue Hostel cada piso tem um nome de uma cidade e nós ficamos bem instalados em Amesterdam, a minha cidade de sonho…
Depois de largarmos as mochilas da trip, ai fomos nos em descoberta da desconhecida cidade Bratislava. As ruas aparentam uma imensa calma, os carros são em número reduzido, o que torna a cidade mais silenciosa, as suas estátuas cómicas espalhadas pelas ruas dão-lhe um ar super divertido, acompanhado pelo bom espírito das pessoas que por lá vivem. As praças não são exuberantes como as de Praga, mas também, ainda que em tamanho reduzido, transmitem magia. Para além disso, o rio que a banho, torna aquela pequena cidade, numa cidade simples, pequena mas muito radiosa.
À noite já se sabe que houve a habitual loucura juvenil que faz sempre parte de nós e aí é que acho que a cidade ficou um pouco a desejar, mas nada é perfeito e nos ainda nos conseguimos divertir.
Por estarmos num hostel e não num hotel, as regras são um pouco diferentes, então abandonar o quarto as 10 da manhã custou um bocado, mas nada que não conseguíssemos fazer. Ao despedirmo-nos do hostel e de novamente de mochila às costas, encontramos um simpático café e com as habituais mantas nas pernas, tomei o melhor pequeno-almoço desde que aqui cheguei!
Super satisfeitos fomos conhecer a outra parte importante da cidade, o seu castelo. Para se chegar ao castelo subimos umas escadarias que quase pareciam intermináveis, mas que valeu o esforço. Na arcada do castelo havia um simpático senhor que tocava violino e que tornava o sítio ainda mais mágico. Ao chegarmos ao cimo deparamo-nos com uma estupenda vista por toda a cidade.
E depois de um óptimo fim-de-semana era tempo de regressar a nossa simples cidade de Pardubice.
Próxima paragem: Viena ;D

Spain Party

Para reforçar mais o nosso espírito erasmus, os nossos amigos espanhóis resolveram proporcionar uma festa a todos os erasmus. A calorosa recepção contagiou toda a gente e rapidamente a alegria predominava.
Juntos por um único motivo cantávamos:
We love Portugal, la la la
We love Spain, la la la
We love Italy, la la la
We love Germany, la la la
We love Poland, la la la
We love Greece, la la la…
Mas como nem tudo é perfeito e porque estamos na Checa houve alguém do prédio que teve a infeliz ideia de chamar a policia e acabou com a festa. Mas só acabou com a festa no apartamento, porque o grupo com intacto para um bar no centro da cidade. Em tudo isto apreciei o espírito de entre ajuda e TODA a gente querer ir depois sair.

Didacticamente falando

Praga, Praga, festa, festa e falar das aulas, nada… Primeiro ponto e o melhor, é que vou para a faculdade a pé, coisa que já não fazia há anos e que sabe lindamente! Principalmente porque tenho sempre imenso tempo entre as aulas e a residência fica a 3 minutos. As minhas aulas são de 3ª a 5ª, peço desculpa a quem estou a fazer inveja, e tenho 6 cadeiras.
As aulas são dadas em inglês, as vezes um pouco inglo-checo, mas percebesse. Tenho Sistemas de Informação Geográfico, a minha preferida, mas também a mais confusa graças a um grupo de três italianos que fazem o maior distúrbio e só sabem copiar, ou seja, uma risada pegada.
Finanças matemáticas, que ainda não percebi muito bem o que é, mas é dado por um professor gordinho que dá as aulas no gabinete dele para 5 alunos e oferece-nos chás, só na Checa, mais uma vez! E cuja a avaliação é só pela nossa presença.
Introdução à informática, que não sei porque é que se chama assim, pois só damos Excel. Mas uma coisa muito importante a realçar, é que para irmos para aquela aula, tenho de TIRAR OS SAPATOS à porta! Estranho não é? Correm rumores que é para não sujarmos o chão, pronto ok respeitamos! Por isso, material escolar: caneta, lápis, caderno e chinelos, normal!
Economia geográfica uma senhora com ar de que toda a gente lhe deve e ninguém lhe paga, que passa a aula a ler os slides e a mostrar mapas. Cuja avaliação consiste em fazer um trabalho sobre a situação sócio-económica de Portugal entre 5 a 10 páginas, coisa que portanto não terá grande dificuldade.
Essentials of Informatics que anda uma grande confusão porque tenho uma teórica ao mesmo tempo e ainda não consegui ir, mas consta que é novamente um senhor a ler slides.
Por fim, Environmental Economics and Management, que é dado por um professor brasileiro que é super simpático connosco, mas que as aulas não são igualmente interessantes.
E pronto resumidamente, esta é a minha vida escolar aqui na Checa. Peço desculpa meus caros amigos e colegas ISEGIanos, mas aqui há muitoooo menos trabalho ;P

Praha

Mais um fim-de-semana em Praga, mais uns momentos de magia que toda aquela cidade me proporciona.
Chegámos sexta e para a noite era esperado um jantar de aniversário de uma nova amiga que está a tirar o curso de medicina em Praga, assim como muitos portugueses. Por momentos, durante o jantar, senti que estava em Portugal, rodeada de tantas pessoas portuguesas e de todo um espírito alegre, que só nós sabemos ter! Mas rapidamente, apercebi-me que era impossível, pois fomos literalmente expulsos do restaurante as 23, coisas que só se passam na Checa, portanto!
A noite seguisse por um bar cubano e por uma discoteca muito famosa na Checa, cujo nome não me recordo, mas que nada tem a ver com as nossas. Achei piada pela quantidade de portugueses e espanhóis que lá estavam e que se distinguem dos checos ao longe.
No dia seguinte como ninguém estava com disposição de sair, resolvi ir desfrutar do centro de Praga sozinha. E como já era de esperar, adorei mais uma vez! Andava por lá super sorridente a apreciar toda aquela magia, a tirar fotográficas e a comprar souvenirs. Gosto muito quando entro nas lojas de souvenirs e o vendedor estabelece o seguinte diálogo: “Espanhola?” “Não, portuguesa!” “Ah! Como estás?” “Obrigada”. E a conclusão que chego, é que isto é nem mais nem menos que uma estratégia de marketing que motiva os turistas. Ainda não percebi é porque é que pensam sempre que sou espanhola, mas está bem!

Saudades

Ao passar a mensagem que este blog estaria disponível ao mundo, recebi mensagens super calorosas e até choros por parte de certas e determinadas pessoas que eu adoro! Acontece que eu não quero ver ninguém de quem gosto triste na minha ausência. E isto é mesmo um pedido! Porque agora estou super bem, já me habituei a tudo isto, esta a ser uma experiência super gratificante.
A experiência de irmos viver por nos mesmos, é algo que nos ajuda imenso a crescer. E de repente quando nos vemos sem a nossa casa, o nosso ninho, alguém superior que nos apara os golpes e está lá sempre, os nossos amigos, o sítios que estávamos habituados a frequentar e onde nos sentíamos seguros, obriga-nos a fazer tudo sozinhos e a pensar por nos mesmos e principalmente ter uma maior noção da realidade.
A meu ver, qualquer pessoa durante a sua vida escolar, caso tenha hipóteses deveria ter uma experiência idêntica a esta. Porque não é só importante estudar imenso e ter sempre as melhores notas, é importante aprender mais do que os livros tem para ensinar.
Portanto, queridos amigos e familiares, acreditem que estou constantemente a lembrar-me de cada um de vocês, que vou adoro, que tenho imensas saudades, mas que estou óptima e irei regressar muito melhor do que quando voltei!



P.S.: para Roda Viva: Jotinha e David não estão aqui pelo simples facto de eu não ter uma foto de todos no computador, mas claro que também tenho saudades! Vem rápido ver-me ;D Quanto à amiga forever desnatura teve sorte de estar naquela foto ;P Beijinhos AMIGOS FOREVER

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Loucas são as noites

Loucas são as noites que aqui passamos sem dormir! No mega famoso bar "Honey Bunny" no centro da enorme cidade de Pardubice, ao som de espantosas músicas comerciais do mil novecentos e antigamente, um grupo oriundo de varias partes do globo fez uma mega festa.
E a maior piada de tudo isto é que cheguei a casa e reparei que tinha gasto a mega fortuna de 300 coroas, ou seja 10€, o que inclui oferecer bebidas, pagar as minhas e duas viagens de táxi. Ou seja, é mesmo cara a vida aqui! As viagens de táxi são adoráveis! São cinco minutos de plena risada, a dizer mal do motorista e ele sem nunca perceber nada mega sério: “Cuidado, ele vai puxar do travão de mão!”, “Ele esta bêbado!”, “Ele vai bater”, “Podíamos-lhe fazer umas trancinhas..”, estas e outras frases parvas são todo o motivo da nossa risada. Já para não falar naquela parte que o táxi chega a porta da residência, nós pagamos e temos de esperar que a maquina imprima um papel, ou qual nos perguntámos sempre: “Mas será que temos mesmo de esperar que a máquina acabe de imprimir para o senhor nos dar um papel, que não nos vai servir para nada?!”.
Ah e outra coisa curiosa nas nossas viagens de táxi, é que a cidade é tãooo grande que já apanhamos os táxis todos que existem aqui, incluindo o mais foleiro e velho, com estofos tigresa!

domingo, 21 de outubro de 2007

Parabéns Gui *

Embora se perceba que passar os anos fora, sem os amigos de sempre e num sítio ainda estranho não seja fácil, fizemos os possíveis para tornar o dia dos anos da Gui em algo especial, mesmo que saibamos que não foi o seu melhor dia de aniversário.

Assim, um jantar romântico à luz de uma minis velas, seguido de uma noite simpática fizeram a festa ;D


"Casa nova"

Depois de tanto apreciar esta estupenda cidade, como se imagina, foi complicado voltar para uma residência, a qual não tinha a melhor impressão.

O ponto a meu favor é que as minhas amigas Gui e Radhika já tinham mudado para uma mini casa, com um quarto para cada, uma cozinha com 2 metros quadrados e uma casa de banho estranha, mas nossa.

Assim já poderíamos comprar todos os utensílios e alimentos necessário a nosso erasmus. Mas quando se digo todos são mesmo todos! Tipo, panelas, pratos, talheres, copos, caixinhas, frigideiras, colheres de pau, saca-rolhas, panos da loiças… Enfim, toda uma panóplia de coisas que já temos em casa há anos e nunca imaginámos que quando se começa do zero o que é necessário comprar!

Foi então que depois da nossa estadia em Praga, resolvemos ir a um local mágico chamado IKEA e comprar tudo e tudo e tudo o que era necessário! Essas compras, vinham a ser então a maior e mais cansativa aventura de sempre! Pois, foi necessário transportar quatro sacos daqueles azuis ENORMES e mega pesados por um autocarro, uma linha enorme de metro, um tram (ou as trampas, como costumo dizer, que são um tipo de eléctricos), um comboio de uma hora e ainda um táxi!

Mas como nem tudo é negativo, o resultado de toda esta trabalheira, foi óptimo! Sendo que transformei o meu quarto num sítio mais alegre e mais confortável e as nossas refeições começaram a ser mais normais. Nunca perfeitas, porque para além de não sermos as melhores cozinheiras do mundo, encontrar o que queremos nos supermercados nem sempre é fácil, como por exemplo, as natas em pacotes de iogurte, não existir sal grosso e as cenouras virem com ervas presas, enfim, coisas diferentes, portanto!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Praga

Assim como muita gente que passa por esta experiência, toda a sensação de desespero desapareceu e o salto para me habituar a tudo isto foi rápido.
Principalmente, depois de ter conhecido a magnífica e mágica cidade de Praga! Praga transmite magia por todas as ruas que passámos, os edifícios são exuberantes, os seus pormenores estupendos. Praga, ao sabor do Inverno, tornou-se uma das minhas cidades preferidas!
A única coisa de negativo nesta cidade são, infelizmente, as pessoas que nelas residem. Não posso dizer que gostei dos checos, não gostei, salvo raras excepções, são um povo triste, sisudo, pouco hospitaleiro e só se divertem depois de estarem sobre o efeito do álcool, o que me faz alguma confusão.
A conclusão que consigo retirar daqui é que os Portugueses são realmente fantásticos e devemos todos ter muito orgulho no que somos!





quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Primeira impressão

Planear Erasmus é algo que demora muito tempo e pensar em um dia fazer, mais tempo demora. Comecei a pensar nisso ainda andava no secundário e lia documentários de quem já tinha amado tal experiência. A decisão de planear o sítio surgiu-me na entrada para a faculdade. Não é fácil escolher, mas também não acho que o sítio seja realmente relevante, a ida é mais!

De entre as várias opções oferecidas pela minha faculdade, escolhi Republica Checa. Porque? Não sei. Calhou, as vezes as coisas “calham”, sem muitas explicações.

O facto é que entre o pensar e chegar o tal aguardado dia 2 de Outubro não demorou assim tanto, quando dei por mim estava dentro do avião.

Chamo-lhe sonho aventureiro porque parti completamente sozinha, sem saber muito bem o que me esperava, nem quem esperava. A minha única segurança eram duas raparigas que conheci através de um mail, de Lisboa que já estariam em Pardubice (a minha cidade de destino) antes de chegar.

Aquelas despedidas que vemos nos filmes, foi exactamente o que senti, saber que as pessoas que ali estão e fazem parte de mim não as vou ver pelo menos nos 3 meses seguintes. Depois há quem diga assim: ah porque 3 meses é pouco tempo e passa a correr! Até pode passar a correr, mas são as pessoas com quem convivo, com quem me dou, com quem sou feliz e aí 3 meses é muito, por também muito que eu queira cá estar.

Depois ouvia uma história de quem dizia que os primeiros dias são horríveis e que são os que custam mais… Pensava eu para mim: Ah! Os primeiros dias devem é ser os mais giros! Lá mais para a frente é que deve custar aguentar as saudades... No início estamos motivados, conhecemos montes de gente e vamos as festas todas! Enganei-me! As pessoas tinham razão, os primeiros dias foram realmente os piores, o primeiro então simplesmente horrível!

Nós criámos muitos hábitos e quando nos vemos do outro lado do mundo com tudo completamente diferente e nada nosso é muito estranho.

A minha primeira impressão de tudo isto foi péssima, a residência tinha um aspecto escuro e estranho, os corredores enormes e sem cor e as pessoas olhavam para mim como uma completa estranha. O quarto apresentava-se sujo e mal cheiroso! Naquele momento o controle sobre mim própria para não desesperar e pensar em regressar foi imenso.

Com todo este panorama era de esperar que a primeira noite fosse a pior de sempre!